quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

História de amor…

“Olá sou gato e habito dentro de um livro. Adoro ler e apaixonei-me pela Vida, personagem principal da história que estou a ler”.
Tudo começou numa bela manhã de Outono. Estava eu no meu quintal, deitado na relva, a ver as estrelas, quando avistei uma estrela cadente.
Lembrei-me, então, de um livro que andava a ler e decidi ir buscá-lo, pois estava em cima da minha secretária.  Já dentro de casa, senti que tinha muito sono e fui dormir.
Na manhã seguinte, acordei agitado pois o vento, tinha assobiado toda a noite. Estava um céu escuro e parecia que se estava a aprontar uma tempestade. Contudo,  aventurei-me a ir dar um passeio pela serra, que, com o céu tão escuro, parecia assombrada.
Cheguei a um lugar já meu conhecido e entrei na caverna. Lá dentro estava um homem no chão. Estaria morto? Assustei-me!
Saí rapidamente e corri em direção a casa, mas deparei-me com uma matilha, que me rodeou. Depois de lhes cantar uma bonita canção e de conversarmos, com calma, eles deixaram-me ir embora. Ainda bem!
Cheguei a casa aliviado  e pensei em descansar um pouco, mas não consegui. Diante dos meus olhos estava a imagem daquele homem, que ficara na gruta. Resolvi ligar para a polícia e contar-lhes o sucedido.
 Para tentar esquecer resolvi continuar com a leitura   do livro que andava a ler, mas que ainda estava no início.
No desenrolar da história percebi que era uma história de aventuras que tinha várias personagens, entre elas a Vida, a Manhã, o Tempo, o Verão, … A vida era a personagem principal e já no meio da história apaixonei-me por ela. Com o aproximar do final da história, queria conhecê-la, mas não sabia como! Liguei a muitos amigos para ver se alguém a conhecia, mas ninguém me deu resposta. Era como se ela não existisse, fiquei triste e desiludido.
Certa manhã, bem cedo, ligaram-me para casa. Estive para não atender, mas levantei o telefone e comecei a falar.  Era o meu amigo Coelho. Contou-me, satisfeito, que a polícia tinha salvo a vida a um homem que estava desmaiado dentro de uma gruta, no Gerês. O sorriso voltou à minha cara. Tinha sido eu a avisá-los!No dia seguinte fui para o Alentejo. Era lá que morava o meu amigo Coelho. Encontramo-nos e ele deu-me o número de telemóvel da Vida. Fiquei feliz, radiante. nem sabia bem o que fazer.
Passado algum tempo, decidi ligar-lhe para combinarmos um café.
 Depois de lhe contar toda a história, ele deu-me a notícia que eu mais ansiava: ele conhecia a Vida. Logo marcamos encontro para falarmos melhor.
Passados dois dias, encontrámo-nos (até acho que ela gostou de mim)! Com o desenrolar da conversa disse-lhe que tinha lido um livro sobre as «Aventuras da Vida» e que me apaixonei pela personagem principal que era ela - a Vida! Ela percebeu que eu gostava dela e então declarou-se a mim.
Eu queria casar com ela, mas ela não era cristã. Então decidimos  morar juntos.
Tivemos seis filhos, fizemos muitas viagens e uma delas à Lua, porque ela queria conhecê-la. Quando ficamos  mais velhos, quis mostrar-lhe como a nossa história de amor começou.
Decidi ler-lhe o livro que tivera guardado durante muitos anos numa mala, que nunca usara e que continha todos os meus segredos. A meio da leitura ela riu-se e contou-me uma coisa engraçada.  Quem tinha escrito aquela história tinha sido ela, também numa noite de Luar.
Rimo-nos os dois da situação e decidimos fazer a segunda edição daquele livro.
A nossa história era uma bela história de amor. Já era muito tarde e então adormecemos os dois juntos.
E assim termina a história de amor entra a Vida e o Gato.
                                                                                        Joana Pereira e António Antunes

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