quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Um sonho no Natal


          Como de costume, eu e a minha família mais chegada, na época natalícia, vamos à Serra do Gerês ter com a tia Carminho. Como a casa é muito frio e muito grande tem de ser bem aquecida, de maneira que fui à casa da lenha abastecer o cesto. Quando ia a sair de lá, vi que o tempo estava muito cerrado, e que era capaz de nevar. Quando já estava a iniciar a subida do monte ouvi o relinchar de cavalos. Fiquei com muito medo e parei. Pelo barulho percebi que vinham na minha direção. Escondida, esperei para ver o que se iria passar. Algum tempo depois vi passar, mesmo ao meu lado, umas criaturas estranhas, mas logo reconheci que eram os Reis Magos. Que faria eles ali?
        De repente pararam junto à casa da lenha. E agora? Se saísse do meu esconderijo iam ver-me.  Fiquei a observá-los. Desceram dos camelos e cambaleavam. Senti pena deles.
         De certeza que já não comiam há muito tempo. Sentindo em mim o espírito solidário do Natal, ganhei coragem acerquei-me deles e disse-lhes para se virem alimentar a minha casa. No decorrer da conversa soube que estavam  perdidos e que queriam visitar e ofertar o Menino.  Decidi, de imediato, ajudá-los.
         Como todas as crianças da minha da minha idade, pensei logo no Pai Natal, aquele a quem escrevo cartas. Enviei-lhe um fax  e ele respondeu-me. Disse-me para ir à Internet e procurar o email do José Carpinteiro. Encontrei o que queria e, logo de seguida, fui registá-lo na minha lista.
        Mais tarde, consegui comunicar com ele e contei-lhe tudo o que se estava a passar. Ele disse-me que, como estava muito cansado e como a crise também já tinha chegado a Belém, não acendia a Estrela. Prometeu-me que a iria acender e cumpriu.
        Entretanto o Reis iam descansando em minha casa, mas quando avistaram novamente a estrela decidiram segui-la novamente e pedi-lhes para ir com eles.
        Como os camelos já estavam com os cascos rompidos, peguei no carro do meu pai e partimos, então, em busca do Menino até Belém. Dirigimo-nos o Aeroporto Sá Carneiro e apanhamos um voo para Jerusalém.
        A viagem foi demasiado curta. Minutos depois já nos encontrávamos, cavalgando a caminho de Belém. Neste percurso tivemos que parar um pouco para levarmos o Belchior ao psicólogo, porque não se conformava com a ideia de ser negro. Dizia que à noite, quando chegássemos à gruta de Jesus, Ele não conseguiria ver a sua cara. Encorajado por ele reanimou o espírito e seguimos. Andamos bastante até chegarmos a Belém. Aí, Baltazar decide comprar tabaco e alguns alimentos para comermos.
        Alimentamo-nos e procuramos a gruta. De repente vimos a Estrela por cima de uma mansão, coberta de hera. Entramos. O Menino estava a brincar, feliz, e sorria.  Maria estava no Hi5 e José no Facebook.
        Que cena tão diferente daquela a que eu estava habituada a ver. Dei um salto e acordei! 
 Que tristeza!  Tudo não passou de um sonho.
                                                                        João Pedro Pereira nº10 / Susana Teixeira nº1

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