terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Surpresa na batida ao javali

No dia 6 de Janeiro, eu e os meus amigos fomos a uma batida do javali, na Serra do Gerês.
   Quando chegamos ao local, a organização entregou-nos os mapas do local onde era a batida. Nós pegamos no jipe e seguimos viagem. Pelo caminho, avistamos umas pegadas pelo chão, que não eram habituais neste local. Decidimos, então, seguir-lhe o rasto. Andamos durante várias horas para ver onde ele ia dar.
   Num determinado local, as pistas desapareceram. E agora? Resolvemos soltar os nossos cães para ver se encontravam o animal que deixou as pegadas. Íamos fazê-lo quando, de repente, ouvimos um barulho de pessoas a discutir. Sem sabermos bem o que fazer, curiosos, pé ante pé, fomos ver quem estava a fazer tanto barulho e sem se perceber nada. Mais próximos do local, tivemos que mandar calar os cães e fomos espreitar. Vimos, com espanto, três homens de raças diferentes e com roupas muito antigas. Ao lado deles, estavam três camelos. Aí percebemos que os rastos que seguimos eram dos camelos. Fomos prender os cães para não os assustarmos e, olhando um para o outro, ficamos, por momentos, sem saber o que fazer. Ganhamos coragem e fomos até lá falar com eles, pois queríamos saber o que tinha acontecido.
   Eles, no princípio, ficaram assustados por nos ver com as nossas armas, mas, ao longo da conversa foram-se acalmando. Explicaram-nos o que tinha acontecido: procuram o Menino-Deus e seguiam uma estrela, que lhes indicava o caminho. Como estava a amanhecer, a estrela desapareceu e tiveram que arranjar abrigo. No entanto, já ali andavam perdidos, há algum tempo, porque o céu tinha ficado nublado e o tempo muito chuvoso. Discutiam, agora, o que haviam de fazer, pois, sem querer andavam perdidos, nesta serra maravilhosa.
   Perguntamos-lhes de quem eram os camelos, e eles disseram que os tinham alugado, na sua terra. Também lhes perguntamos o nome. Um chamava-se Gaspar, o mais escuro chamava-se Belchior e o outro chamava-se Baltazar. Eram reis em terras diferentes, mas que se encontraram porque seguiam a mesma estrela. Juntaram-se no caminho de S.Bento e pararam no Equidesafios para cuidarem dos camelos.
   Depois de termos ouvido esta história, resolvemos ajudá-los a encontrar a cabana onde o Deus Menino estava instalado. Levámo-los ao Equidesafios, para eles guardarem os camelos e entraram no nosso jipe. Seguimos viagem para Terras de Bouro onde ficava a cabana do Natal. Lá tinha sido feito um presépio humano muito bonito e, de certeza, os Reis Magos iam gostar.
   Quando lá chegamos eles olharam para nós, muito gratos. Dirigiram-se para o presépio, ajoelharam e ficaram a adorar o Menino. Olhamos uns para os outros felizes e rezamos, ali, com eles.
   Algum tempo depois, levantaram-se e ofereceram as suas prendas: ouro, mirra e incenso.
   As pessoas que compunham o presépio estavam admiradas por ver aquelas estranhas personagens, mas pensaram que tinham mudado os figurantes que iriam representar os Magos e que chegariam, nesse dia.
   Observamos tudo com atenção e, já quase no final do dia, resolvemos ir embora. Gaspar, reparando nisso, pediu-nos para esperarmos um pouquito porque tinha algo para nos oferecer. Fora da Cabana, retirou do alforge, que trazia debaixo do manto, umas grandes barras de ouro e deu uma a cada um. Era o modo de nos agradecer por tudo o que nós fizemos por eles.
   Como, também, nos sentíamos muito contentes por estarmos com eles, oferecemos-lhes um jantar em nossas casas. Eles aceitaram mas com a condição, de, no final do jantar, os levarmos ao Equidesafios, para irem buscar os camelos e, depois, os guiarmos até à Portela do Homem. Era esse o sítio onde estava o portal para voltarem ao seu tempo e poderem regressar às suas terras.
   Combinamos para que casa os levaríamos e pensamos que o melhor era ser em Chorense, na casa dos pais do André. Este, de imediato ligou à mãe para preparar um jantar de reis para uns convidados especiais. Aí, eles comeram de tudo o que lá havia, e que não era pouco, pois como era dia de Reis, a mesa já estava muito bem recheada. Gostaram de tudo, mas ficaram deliciados com as rabanadas.
   Toda a gente da casa ficou feliz com esta visita e nem queriam acreditar que, nesse dia, tiveram mesmo os três Reis do Oriente na sua presença.
   Foi um dia muito especial, mas vê-los desaparecer, no meio de dois penedos, deixou-nos tristes, pois tínhamos a certeza que não viveríamos outra aventura assim.


Trabalho realizado por André e Filipe, 8ºA
Janeiro de 2011

Sem comentários:

Enviar um comentário