segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Alunos na Câmara Municipal

Os alunos do 9º ano foram, no passado dia 10 de outubro, à Câmara Municipal, onde decorria a exposição do concurso de lendas locais, em que eles participaram,  para receberem os respetivos prémios.






segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Lendas premiadas pela Universidade do Minho

    Os alunos do 8º ano, no ano letivo 2010-2011, participaram, entusiasticamente, no concurso de lendas locais, promovido pela UM. Teriam que fazer a recolha das lendas e, a partir daí, recriá-las. 
   Todos os alunos participaram e estes dois trabalhos foram os selecionados. 
A Ponte de Misarela
O Norte português é especialmente rico no que às lendas diz respeito; muitas são as lendas passadas de geração em geração. A lenda que nós vamos recontar tem como protagonista o Diabo.
Localizada na aldeia de Sidrós, na freguesia de Ferral, concelho de Montalegre, a velha Ponte de Misarela, sobre o rio Rabagão, vai ser o cenário da nossa história.
Conta a lenda, que um certo fugitivo ao fugir à justiça, viu-se encurralado num penhasco, sobre o rio Rabagão, então decidiu pedir auxílio ao “Mal”. E assim apareceu o Diabo que fez a proposta do costume: “em troca da tua alma faço-te a ponte”. O fugitivo, em total desespero, aceitou, mas após tomar consciência do mal que cometera, falou com um Padre, que lhe ajudou a libertar a alma e fizeram um pacto: o fugitivo tinha que convocar novamente o Diabo e o padre, escondido, benzia a ponte, permanecendo esta, ali para sempre. Para além disso, libertava a alma do desgraçado.
Acrescenta-se à lenda que uma mulher que tivesse problemas durante a gestação, se pernoitasse debaixo a ponte, os astros celestiais a ajudavam, e, a primeira pessoa a atravessá-la teria que ser a madrinha ou o padrinho e, para além disso, se fosse rapaz teria que se chamar Gervaz e se fosse “meninha” teria que ser Senhorinha, Se estas normas não fossem cumpridas a criança morreria durante a infância.”

    Conta a lenda que um político, Joel Augusto Sócrates, procurado pela justiça, por diversas fraudes, ao tentar fugir às autoridades, viu-se encurralado num penhasco sobre o rio Rabagão.
    Com a consciência a pesar mais de cem toneladas de chumbo, Sócrates convocou o Diabo. Foi instantânea a aparição do mafarrico, que fez a chantagem do costume: “Salvo-te, pois claro, se me deres a alma em troca.” Assim, em total desespero, Sócrates aceitou a proposta, sem hesitação e, logo ali, o diabo esfregou um olho. Após uns segundos, apareceu uma ponte que ligou as duas margens do rio. Após a travessia o diabo voltou ao inferno, mas o assunto não ficou por ali.
    O desgraçado político, já nas terras do Gerês, ao tomar consciência do erro que cometera, decidiu procurar o Padre Martins Capela - o padre mais conhecido por estabelecer o Bem sobre o Mal.
    - “Pecado, meu filho, terrível pecado!”, murmurou o Padre para o Sócrates pecador. De seguida, passou da moral para o plano:
    - Vais outra vez convocar o Diabo, junto à margem do rio Rabagão, pedindo-lhe ajuda para a travessia... e deixa o resto comigo.
    A acção assim se deu: o desalmado chamou, o cornudo apareceu e, após o pedido, a ponte ali permaneceu.
    O político estava no centro da ponte e, num ápice, o Padre Martins Capela apareceu numa extremidade e benzeu-a. Com este ato, a ponte ficou sagrada e fixa; o mafarrico esfumou-se e o penitente recuperou a sua alma.
    Sabendo destes factos e da virtude deste padre, William e Kate, decidiram vir passar uns dias de férias a Carvalheira. Este era um sítio calmo e com uma beleza incrível aos olhos de uns e um sítio horrível para outros.  
    Comentava-se que Kate estava grávida e que veio para Portugal, mais propriamente para Carvalheira, com o objetivo de fugir à atenção dos media.
     Kate e William estavam a dar um passeio pelo centro de Carvalheira. De súbito,  Kate sente umas cólicas muito agudas que a fizeram permanecer no albergue o resto do dia.
    William decidiu perguntar à rececionista a quantos quilómetros ficava o hospital mais próximo. Quando soube que era em Braga, considerou que ficava muito longe. A rececionista aconselhou-os a falarem com o Padre Martins Capela.
    Após uma noite mal dormida, Kate decidiu seguir o conselho da rececionista. O casal dirigiu-se para o centro da aldeia para encontrar a igreja. Quando lá chegaram, estava o Padre a celebrar uma eucaristia.
   Quando terminou tinha à sua espera o casal. Os dois explicaram-lhe a situação. O Padre, percebendo toda a conjuntura e a origem daquelas dores, contou-lhe a lenda da Ponte de Misarela.  Disse a Kate que ela tinha que permanecer uma noite debaixo da Ponte. Informou-os, ainda, que a primeira pessoa a atravessá-la teria que ser a madrinha ou o padrinho da criança. Acrescentou que teria que ser posto o nome de Gervaz se fosse um rapaz que viesse ao Mundo ou Senhorinha se de uma “meninha” se tratasse. Quando ouviram estes nomes riram e olharam um para o outro, fazendo uma cara de descontentamento, mas tiveram que se sujeitar pois a saúde do seu descendente estava em jogo.
    Nessa mesma noite, Kate dormitou na Ponte que o Padre falara e, logo pela manhãzinha, apareceu um homem que ficou como padrinho da criança. Este, quando os reconheceu, ficou tão contente que começou a gritar de felicidade.   Após aquela noite, Kate nunca mais sentiu aquelas dores, que tanto a incomodavam.
    Passaram sete meses e, já no Reino Unido, nasceu uma “menininha”: a Senhorinha e o padrinho foi propositadamente a Londres para o batizado.
    Dois anos depois, nasceu um rapaz: o Gervaz, que também provocou problemas à mãe, durante a gravidez. Esta condição determinou a repetição da situação durante a gravidez da Senhorinha.
    Sabendo isto, o governo português publicou uma lei, que determinava que todos aqueles que tinham obtido ajuda na conceção de crianças, nessa ponte, nos últimos  três anos, teriam que pagar um avultado imposto.
    Assim este casal, ajudou Portugal a sair da bancarrota em que se encontrava, mas ficaram com dois lindos filhos.

                                                                                    Tânia Gomes e Susana Teixeira, 8ºA





O Lobisomem



            “Contam as pessoas de S. João do Campo que um pastor, cansado de ver o seu gado maltratado pelo lobisomem, que aparecia em forma de reixelo (bode), ganha coragem e espera-o, numa noite de lua cheia.            
             Quando percebe o seu barulho, atira-lhe com um cutelo e ouve um grito.
             Pensando que ia descobrir quem era, dirige-se ao local mas só vê uma poça de sangue. Não há vestígios do lobisomem nem do cutelo.
            Isto intrigou-o, mas com o passar do tempo, com a rês cada vez a aumentar mais, esqueceu o sucedido.
            Um dia querendo comprar mais animais a um negociante seu conhecido, dirige-se à casa deste e, para seu espanto, vê, pendurado na porta da corte dos animais o seu cutelo.
            Pergunta ao negociante a origem daquele cutelo, mas ele não lhe responde e convida-o a entrar para comerem juntos e puderem descansar.
            Na manhã seguinte, quando o pastor se dirige ao negociante para fazer o pagamento dos animais, este não quer dinheiro e agradece-lhe, dizendo-lhe que tinha sido ele que o salvou do seu fado, quando o atingiu com o cutelo.
            O pastor regressa a casa com o seu cutelo e contente com os animais oferecidos.”

            À casa do pastor Alberto Caeiro vinha, muitas vezes, um lobisomem em forma de reixelo, que perturbava a sua tranquilidade, pondo os animais muito assustados e chegando mesmo a matar alguns.
            Alberto Caeiro era um homem muito corajoso e decidido. Nada lhe metia medo.
            Um dia, farto de repor a vezeira, por causa da matança do lobisomem, decidiu esperá-lo. Escondeu-se, no meio do centeio, com um cutelo na mão e aguardou o desgraçado.  Algum tempo depois, ouve o seu barulho característico e prepara-se para o ataque. No preciso momento que o reixelo passa por si, atira-lhe com o cutelo. Ouve um grito mas não vê nada.
            Com a ansiedade, não conseguiu dormir. Logo que o sol acordou e difundiu os primeiros raios, levantou-se e foi ao local do crime. Aí  viu somente uma grande poça de sangue. O reixelo tinha desaparecido, levando o cutelo com ele.
            Durante muito tempo pensou naquilo, mas como deixou de se falar nos ataques do “bicho”, esqueceu o assunto.
            Um dia, junta a rês e parte para o monte. O seu amigo Ricardo Reis encontra-o e saúda-o:
            - “Olá, Guardador de Rebanhos, que te diz o vento que passa?”
            - “…muita cousa(…) e a ti que te diz?”
            - Que não se tem ouvido falar no reixelo malfadado. Tu que és “pastor do Monte”, que vives ” tão longe de mim com as tuas ovelhas”, tens ouvido alguma coisa?
            - Não e “a paz que sinto” sem ele é enorme. Até me esqueci disso.
            - “Que felicidade”! Quando andava eu na vezeira e ele apareceu “as ovelhas tresmalharam-se pela encosta” e eu assustei-me e fiquei sem vontade de voltar.
            Despediram-se e esta conversa deu a Caeiro vontade de comprar mais animais. Pensou, então, dirigir-se à casa do negociante Pedro Lima, mais conhecido na terra por Tristão. Esta terra ficava um pouco distante e Caeiro teria que pernoitar em casa do negociante, seu compadre.
            Foram ver a rês para selarem o negócio.
             Pendurada à porta da corte, viu um cutelo igualzinho ao seu. Estupefacto, perguntou ao compadre onde o tinha arranjado. Mostrando a rês, Tristão desviou a conversa. Fizeram negócio e foram cear. No fim, como já era tarde, foram dormir.
            Na manhã seguinte, quando Caeiro se preparou para pagar a rês, o negociante disse-lhe:
            - Não me deve nada, compadre Caeiro. Eu é que tenho que lhe agradecer, porque foi vossemecê que me libertou do fado de me transformar em lobisomem, naquela noite em que me atirou com o cutelo. Agora, devolvo-lho e leva a rês que escolheu como reconhecimento do bem que me fez.
            Caeiro ficou sem palavras. O seu amigo e compadre, que conhecia desde a infância, tinha aquele problema!      
            Abraçaram-se comovidos. Agora percebia o embaraço do amigo sempre que o visitava para comprar rês,  por causa do prejuízo causado pelo lobisomem e do preço irrisório que ele lhe levava pelos animais.
            Caeiro regressou a Vilarinho feliz por, sem saber, ter ajudado Tristão.


                                                     Autora  Mariana Oliveira, 8ºB

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Aia

(…)

“-Salvei o meu príncipe – e agora vou dar de mamar ao meu filho!
E cravou o punhal no coração. “

Maria (a Aia) viu o seu corpo caído sobre as jóias e sentiu que agora era livre para cumprir o seu papel de mãe.
Observava todo o alarido em torno do corpo e viu a rainha e os guardas a lamentarem, mas ao mesmo tempo a louvarem o seu acto.
De repente, ouve um choro e sentiu um arrepio. Dirigiu-se a passos apressados para o choro, mas de repente a criança parou de chorar.
Vagueou pelas ruas cheias de gente, e viu o medo na face das outras almas, que tentavam, desesperadamente, falar com os vivos.
Decidiu então seguir o seu caminho e procurar o seu amado filho. Seguiu para o jardim do palácio, e encontrou, junto da árvore maior, um berço feito de heras e girassóis, e ao seu lado, o rei.
Correu apressadamente até ao berço, e lá dentro viu o escravozinho num sono profundo.
Maria dirigiu-se ao rei e agradeceu-lhe por ter cuidado do seu filho.
Inesperadamente o rei diz:
- Eu é que tenho de agradecer, salvaste o meu herdeiro e eu apenas cuidei do teu filho... Ah! Talvez seja melhor dar-lhe de mamar.
Assim fez a Aia, e no mesmo instante sentiu-se completa.
O rei afastou-se e seguiu o caminho para o palácio, pois sabia que o seu lugar era ao lado do seu filho e da sua esposa, para vê-los crescer e olhar por eles.
Apareceu então uma luz e a Aia pegou no seu filho e caminhou através dela.
Já no céu, a Aia pôde dedicar-se ao seu filho e olhar por todas as crianças.

                                             Elsa e Adriana, 9ºB

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Aia no Céu

A Aia quando chegou ao Céu, viu o seu filho e ficou muito contente.  Chamou-o  mas o filho não respondeu porque não gostou do que a mãe lhe fez na terra. Esta ficou triste e explicou-lhe o motivo do seu gesto mas ele não a perdoou pois não compreendia aquela atitude. Comunicou-lhe que já tinha  uma nova família.
A mãe  ficou destroçada pois pensou que ele a perdoasse. Continuou a dizer-lhe que o seu ato foi em defesa do reino, mas o filho virou-lhe as costas e foi para a sua nova casa.  A mãe foi atrás dele  e, quando ele entrou para  a sua nova casa, esperou um bocado e bateu a porta. Aparece-lhe uma senhora com os cabelos brancos, muito bem vestida e com um ar muito aristocrático.  Sorriu para a Aia  e, de imediato a convidou a entrar. Esta ficou um pouco aflita e disse-lhe que precisava  de lhes contar algumas coisas em relação à criança que tinha entrado momentos antes.
Dentro do grande salão dourado estava um grupo de pesssoas que sorriam para aquela mulher que olhava para todos os lados à procura do seu filho. Não se encontrava ali. Então, muito triste, contou que o rapaz era seu filho e explicou o que aconteceu na Terra.
Todos se levantaram e louvaram a sua coragem. A nova mãe do escravozinho abraçou-a e disse-lhe que ali já sabiam de tudo, pois ela era a avó do principezinho – a rainha-mãe.
De repente, entra na sala o seu querido rei, morto naquela batalha. Abraçaram-se e sentaram-se a conversar. A Rainha convidou a Aia para viver com eles, mas ela não se sentia à vontade para aceitar, pois iria conviver diariamente  com o seu menino  e este não  a queria, pois tinha-lhe dito que já tinha outra mãe.  Primeiro queria que o filho a perdoasse.
A rainha-mãe sorriu e levou a Aia com ela,para ambas falarem com o menino. Este acabou por entender e abraçou-se à mãe. Ambos choraram por muito tempo.
                A partir daquele dia todos viveram  felizes na eternidade.



                                                                        Trabalho realizado por: Adriano  e Diogo 9ºB

sábado, 11 de junho de 2011

Lendas de T. Bouro recriadas

Filho és, pai serás…



            “Conta-se que, antigamente, quando um idoso estava para morrer, os seus filhos o levavam para a Taleira, apenas com uma manta e um bocado de pão, esperando, assim, a morte.

            Uma vez, quando um filho se preparava para deixar o seu pai, nesse local, este virou-se para o ele e disse-lhe:

            - Meu filho, corta metade da manta e metade do pão e leva-os contigo, para que, quando chegar a tua vez, tenhas com que te aquecer e o que comer.

            Ditas estas palavras, o filho encheu-se de compaixão e levou o pai, de volta, para casa. 




            Conta-se que, antigamente, quando alguém andava a ser perseguido pelas autoridades, o filho mais velho tinha que levar o pai à Taleira, transportando consigo uma manta e um pão.
            Jó Castelo Branco, sabendo que seu pai, Jó Sócrates Castelo Branco, era perseguido pelas autoridades, por ter colaborado com a Máfia Russa, para se ver livre dele e para manter a tradição, pegou nele e obrigou-o a ir para a Taleira, prendendo-o nesse local.
            Jó Sócrates, quando vê que o filho o vai abandonar aí, chama-o e diz-lhe:
            - Meu filho, corta metade desta manta e metade do pão para, quando for a tua vez, teres com que te aqueceres e com que matares a fome.
            - No, no, no! Para que quero eu um artigo de feira? Sabes bem que só uso Chanel, Christian Dior e outros. E o pão não tem sementes, nem é integral. Eu só como desse, que é o melhor para a saúde!
            - Mesmo assim deves levar, porque não sabes o que te espera.
             Castelo Branco, indiferente aos comentários do pai, dirige-se para o seu helicóptero particular. Entra e tenta pô-lo a trabalhar mas este não dá qualquer sinal.
             Intrigado, sai e vai ver o que se passa. Umas cabras pastavam perto. Observou, mais atentamente, e vê que uns fios tinham sido arrancados e destroçados pelas cabras, enquanto ele esteve a prender o pai.
            Aos gritos histéricos, não se apercebe que um bode se aproxima, com ar ameaçador, e investe contra ele. Assustado, foge pelo monte abaixo, mas os saltos altos dificultam-lhe a corrida. O bode persegue-o e continua com as suas investidas.
            De repente, um salto dos seus sapatos fica preso e solta-se do resto, fazendo com que ele caia, de imediato. O bode não lhe dá descanso e fere-o por todo o corpo.
            Com as dores desmaia e quando acorda já a noite se aproxima. Tenta levantar-se mas está muito dorido. Desatou a chorar desconsoladamente. Precisava de ajuda, mas não havia ali ninguém.
            Lembra-se, então, que tem consigo o telemóvel e, ansioso, procura-o nos bolsos e liga ao filho.
            - Filhinho, preciso de ajuda, estou a morrer no meio do monte. Fui atacado por um bode horroroso, que me partiu todo.
            - E onde estás pai?
            - No cimo da Taleira, em Terras de Bouro.
            - E o que foste fazer aí? Pergunta o filho admirado.
            - Vim cumprir uma tradição: como o teu avô andava na mira das autoridades, já não nos é útil e está a ficar velho, trouxe-o para aqui. Já não o ouço gritar, os bodes já o devem ter arrumado.
            - O quê?! Tu tiveste coragem de fazer isto ao avô! - replicava o rapaz, encolerizado - agora fica aí também, porque também só serves para me envergonhares com os disparates que dizes e fazes.
             A noite chegou e com ela os uivos dos lobos.
            Jó Castelo Branco tremia de frio e fome e chorava desconsolado. Ia morrer ali, pois já não conseguia ligar para pedir ajuda - o seu telemóvel não tinha bateria. O medo fazia-o delirar e, então, via o pai, bem enroscado na manta, a comer pão e frutos que as cabras levavam até ele. Via, ainda, o bode que o atacou a roer a cordas com que prendeu o pai.
            Os uivos cada vez eram mais fortes e Castelo Branco via, agora, o pai, já liberto, aos saltos à volta das cabras. Gritava, mas os seus gritos eram abafados pelo hino dos lobos.
            A manhã apareceu sorridente e, na Taleira, uma alcateia descansava satisfeita.




Adriana Afonso , 8ºB
Elsa Rocha, 8ºB

terça-feira, 7 de junho de 2011

Lenda do lobisomem

               Esta história, que vamos contar, foi passada em  Terras de Bouro. 
               À  casa do pastor João Castelo Branco vinha, às vezes, um lobisomem em forma de cabrito.    
               Todos os dias de lua cheia perturbava a aldeia e todos os que ali passavam à noite.
                Falava para as pessoas, gritava e comia tudo o que lhe aparecia à frente. De vez em quando, causava enormes prejuízos.
                Castelo Branco, que era destemido e o homem mais forte da aldeia, certo dia, armou um plano para tentar capturar aquele grande e assustador lobisomem. Pensou esconder-se atrás de uma grande árvore -  local predileto do "bicho". 
               As horas foram passando e,  como o sono é matreiro, adormeceu. Quando deu por si já era de madrugada. Não o tinha apanhado e ficou furioso. Prometeu, então, a ele próprio que, na próxima vez, não iria adormecer e ia matá-lo.
                Na lua cheia seguinte, Castelo Branco escondeu-se por entre as flores e na mão levava uma machada. O relógio marcou as horas e o lobisomem, em frente ao pastor, transformou-se em cabrito.
                O pastor tentou chegar à beira dele, mas ele não deixou e, aos saltos, foge.  Castelo Branco, com o coração pulando no seu peito, atira-lhe a machada e ouve-se um grito...
                Corre naquela direção, e, no local, o chão estava cheio de sangue, mas nem vestígios da machada nem do lobisomem.
                O pastor ficou assustadíssimo e, sem saber o que fazer, fugiu para casa.
                No dia seguinte, bem cedo, levantou-se e foi ao local e já tinham desaparecido os restos de sangue. Parecia que ali nada se tinha passado.
                O pastor andou um tempo atormentado e até pensava que andava a ser perseguido pelo lobisomem.
                Decidiu, então, sair daquela aldeia e ir para outra terra - Lisboa. Aí conheceu muita gente e fez várias amizades. Entre eles um comerciante de produtos tradicionais.
                Um dia, ao almoço, o pastor precisou de alguns legumes, e decidiu comprá-los a  casa do seu amigo. Quando lá chegou, este convidou-o para almoçar e ele aceitou com bastante agrado.
                Durante o almoço, puseram-se a falar sobre tempos idos, e o comerciante perguntou ao pastor se ele não o conhecia antes de vir para Lisboa. O pastor disse-lhe que a sua cara não lhe era estranha, mas não sabia de onde. Contou-lhe, então, o anfitrião, José Herman, a história:
                - Sem saber como, nasci com um fado e, todos os dias de lua cheia, saía de casa e, transformado em cabrito, causava alguns sustos e prejuízos às pessoas. Mas, uma noite, um homem corajoso tirou-me esse fardo, ao tentar matar-me.
                O pastor, ao ouvir aquilo, ficou assustado, mas ao mesmo tempo um pouco tranquilizado e, abraçaram-se em silêncio…
                José Herman agradeceu-lhe e mostrou-lhe a machada que guardava como relíquia.
                Tornaram-se mais amigos e, anos mais tarde, o pastor João Castelo Branco e o lobisomem, Herman,  decidiram viver juntos, pois já todo o bairro tinha percebido que havia romance entre eles.
                Passaram a viver juntos e felizes e, pelo menos uma vez no ano, visitam Terras de Bouro para recordarem os momentos mais marcantes das suas vidas.

                                                                                        Autora: Joana Pereira, 8ºA

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Poema sobre o Dia Mundial da Criança

Ser criança é acreditar
Em tudo e em todos,
É fazer amigos
Antes de os conhecer,
É espalhar inocência
Sem se aperceber,
É desenhar o impossível
Através de riscos.
Ser criança é um Mundo
Que nunca morre,
Apenas fica adormecido
Para a qualquer altura renascer.

          Tânia Gomes, nº19